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sábado, 21 de maio de 2011

Universo Paralelo

A noite cálida, escura e fria. Em algum lugar distante ouve-se uma música. Algo sutil para ouvidos não treinados, algo sereno, triste e profundo. Suas mãos deslizam no piano e seu corpo parece querer acompanhar incansavelmente o ritmo da música. Não, ela não está aqui. Está em outro lugar, em transe, onde apenas ela e Beethoven se encontram. A paz, harmonia desse momento onde o movimento dos dedos ao encontrar com a tecla parecem dançar, sempre em sintonia. Algo mágico a percorre, algo novo, algo subliminar. Fantástica que é a música clássica, a música erudita. A cada acorde, uma nova descoberta. Ah que instrumento mágico. É incrível a arte de se expressar através da música sem nenhum tipo de letra verbal. É tão mais misterioso. A cada partitura uma nova descoberta dos sentidos, das razões e das emoções do compositor ao escrever a peça. A cada dedilhado, a cada leitura, um novo universo de possibilidades abre em seu horizonte. Nada mais importa, nada mais entra em seu pensamento. Deste momento em diante, ela apenas concentra-se em seu universo paralelo, onde o seu piano é o personagem principal e a sua mão, bem como seu corpo e alma, meros coadjuvantes.